Diversidade, Equidade e Inclusão: apenas 1% das pessoas com deficiência ocupam posições de liderança

Em mais um encontro inspirador na Comunidade Minha Carreira da Fluxus, discutimos temas que estão moldando o futuro das carreiras e das empresas. Desta vez, o foco foi a importância da diversidade, equidade e inclusão (DEI) nas organizações. Com base na vasta experiência de Daniela Sagaz,  líder de DEI, mentora, consultora e palestrante, exploramos como essas práticas podem transformar o ambiente de trabalho e a sociedade.

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Um contexto histórico

Entender a trajetória histórica de grupos minorizados é essencial para compreender a necessidade de promover a DEI.

Pessoas Negras

• 1850: Proibição do tráfico negreiro.
• 1854: Acesso à educação para pessoas negras livres.
• 1871: Lei do Ventre Livre.
• 1885: Lei do Sexagenário.
• 1888: Lei Áurea.
• 1988: Acesso ao voto para toda a população brasileira.
• 1989: Racismo é instituído como crime.
• 2003: Alteração na Lei das Diretrizes da Educação.
• 2012: Lei de Cotas.
• 2014: Dia Nacional de Tereza de Benguela.

A história mostra uma longa trajetória de luta por direitos e reconhecimento. Hoje, mais de 56% da população brasileira se autodeclara como preta, parda ou indígena. Contudo, apenas 4,7% dessas pessoas ocupam posições de liderança, evidenciando a necessidade de ações afirmativas para alcançar a equidade racial.

Pessoas com Deficiência (PCD)

• 1988: Inclusão de PCD na Constituição Federal.
• 1989: Lei nº 7.853 dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência.
• 1991: Censo demográfico com dados sobre PCD.
• 1991: Lei de Cotas.
• 1996: Programa Nacional de Direitos Humanos.
• 1999: Política Nacional para a Integração da pessoa com deficiência.
• 2002: Libras reconhecida como língua.
• 2004: Decreto de acessibilidade.
• 2005: Lei do Cão Guia.
• 2010: Plano Nacional de Cultura.
• 2018: Avanços de acessibilidade.

Apesar dos avanços, apenas 1% das pessoas com deficiência ocupam posições de liderança. Muitas enfrentam preconceitos e barreiras no mercado de trabalho, embora 50% possuam ensino médio completo e 45% tenham graduação.

Mulheres

• 1932: Direito ao voto.
• 1962: Chegada da pílula anticoncepcional ao Brasil.
• 1962: Mulheres deixam de precisar da autorização do marido para trabalhar.
• 1979: Direito à prática de futebol.
• 1988: Constituição reconhece igualdade de gênero.
• 1996: Cota de 20% para participação de mulheres na política.
• 2006: Lei Maria da Penha.
• 2010: Primeira presidente mulher do Brasil.
• 2021: Primeira mulher negra como vice-presidente dos EUA.
• 2022: Lei dispensa a autorização do cônjuge para laqueadura.

As mulheres representam 51,5% da população brasileira, mas apenas 38,8% ocupam posições de liderança. A desigualdade de gênero ainda é uma realidade, com mulheres ganhando, em média, 21% menos que os homens.

Comunidade LGBTQIAPN+

• O Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo.
• A expectativa de vida das pessoas trans é de apenas 35 anos.
• Mais de 70% das pessoas LGBTQIA+ já sofreram discriminação no trabalho.
• Apenas 30% se sentem acolhidas pelas empresas.

Promover a inclusão dessa comunidade é fundamental para reduzir a marginalização e criar ambientes mais acolhedores.

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Vantagens competitivas 

DEI trazem inúmeros benefícios para as organizações, incluindo:

• Maior engajamento e motivação: ambientes diversos e inclusivos aumentam o engajamento e a motivação dos profissionais.
• Aumento da criatividade e produtividade: diversas perspectivas geram soluções mais inovadoras e eficazes.
• Redução de conflitos: promover respeito e tolerância reduz conflitos internos.
• Saúde mental e emocional: ambientes inclusivos melhoram a saúde mental e emocional dos colaboradores.
• Contínua inovação: diversidade promove inovação constante.
• Redução do turnover: colaboradores se sentem mais valorizados e tendem a permanecer na empresa.
• Aumento da competitividade: empresas diversas são mais competitivas e atraem mais talentos.

Desenvolvendo Inclusão

Para promover a inclusão de forma eficaz, é essencial reconhecer e driblar os vieses inconscientes, estudar sobre o tema e agir de maneira ética. Além disso, é fundamental criar ambientes de trabalho onde todas as pessoas se sintam valorizadas e respeitadas.

Ao longo da apresentação, foram discutidas várias estratégias para possibilitar a inclusão:

1. Reconheça seus vieses inconscientes: entenda seus preconceitos e trabalhe para superá-los.
2. Busque conhecimento: estude sobre diversidade, participe de rodas de conversa e comitês de afinidade.
3. Não negligencie pequenas ações: corrija comportamentos desrespeitosos e promova um ambiente de respeito.
4. Seja um exemplo: aja de forma ética e inclusiva para promover mudanças significativas.

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Reflexão 

Fatos e evidências acerca da importância da DEI e suas vantagens competitivas já estão muito bem estabelecidos, mas é fundamental entender que esse não deve ser o objetivo principal.

As medidas de DEI precisam ser vistas como direitos fundamentais das pessoas, com o grande objetivo de que o mercado de trabalho represente de forma equânime a distribuição da sociedade. É uma questão de respeito pela dignidade humana, mais do que uma estratégia de negócios.

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