O trabalho remoto ampliou as possibilidades de atuação profissional, e o Global Worker surge como uma oportunidade de conectar profissionais locais a mercados internacionais. Entenda o que é ser um Global Worker, como se preparar para esse mercado e quais habilidades são valorizadas nesse contexto global.
Promovendo o Desenvolvimento Profissional, a Comunidade Liderança in Fluxus recebeu Gustavo Sèngès, especialista em carreiras globais, para discutir o tema “Global Worker". Gustavo é um executivo sênior com 15 anos de experiência liderando empresas globais na América Latina, conhecido por sua capacidade de planejar e executar estratégias de crescimento, estruturar operações e atuar como consultor para líderes globais. Ele também é autor do livro Global Workers: Escolha seu Futuro, com lançamento previsto para o início de 2025 pela Editora Gente.
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Os Global Workers são profissionais que trabalham remotamente de seus países de origem para empresas estrangeiras. Essa modalidade combina a possibilidade de acessar salários globais com a atuação em mercados internacionais, sem a necessidade de migração.
Embora muitas vezes confundido com o conceito de nômade digital, o Global Worker possui um perfil distinto. Enquanto o nômade digital busca liberdade de movimentação e escolhe atuar em diferentes países enquanto trabalha remotamente, o Global Worker prefere manter uma base fixa em seu país de origem, conciliando a estabilidade do ambiente local com a flexibilidade do trabalho remoto.
Ambos os modelos são viabilizados pela tecnologia, mas atendem a objetivos e estilos de vida diferentes.
Com a expansão do trabalho remoto, o conceito de Global Worker tornou-se cada vez mais relevante.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, o número de vagas globais deve crescer de 70 para 90 milhões nos próximos cinco anos, indicando um mercado em expansão para profissionais capacitados.
O Brasil destaca-se como um mercado atraente para empresas estrangeiras que buscam talentos qualificados, especialmente em áreas como tecnologia, marketing, finanças e engenharia.
Uma competência indispensável nesse contexto é a comunicação intercultural, que vai além da fluência em idiomas. Essa habilidade inclui entender e respeitar diferentes culturas, adaptar a linguagem e o comportamento às expectativas de interlocutores internacionais e colaborar em equipes multiculturais de maneira eficaz.
O perfil de um Global Worker reúne características que envolvem competências, atitudes e qualificações profissionais.
- Características principais: profissionais com disposição para atuar em modelos flexíveis e que buscam expandir suas perspectivas. Ter resiliência e curiosidade para lidar com diferentes contextos culturais são diferenciais importantes.
- Competências técnicas: formação sólida e habilidades específicas que atendam às demandas de empresas globais.
- Idiomas: fluência em inglês é essencial, e o domínio de um terceiro idioma pode ampliar as oportunidades.
Essa combinação de competências técnicas e comportamentais é fundamental para se destacar no mercado global.
A contratação de Global Workers pode ser realizada de três formas principais, cada uma com suas características e implicações:
Pessoa Jurídica (PJ):
- Contratação direta: a empresa estrangeira paga diretamente ao PJ no Brasil, sem intermediários.
- Através de uma empresa intermediária: uma empresa de AOR (Agent of Record) é responsável por realizar a intermediação e o pagamento local.
CLT:
- Através de uma empresa de EOR (Employer of Record): nesse modelo, uma empresa intermediária no Brasil contrata o profissional formalmente (via CLT), mas ele presta serviços para a empresa estrangeira. O EOR é responsável por garantir conformidade com as leis locais, incluindo impostos e benefícios trabalhistas.
Existem três rotas principais para alcançar uma posição como Global Worker:
1. Recrutamento passivo:
Plataformas que conectam profissionais a empresas globais são uma das ferramentas mais acessíveis. É importante manter perfis atualizados em sites como LinkedIn e utilizar palavras-chave relacionadas ao mercado global para atrair recrutadores.
2. NetPlaying:
O conceito vai além do networking tradicional e foca em construir relacionamentos genuínos com profissionais que atuam em mercados globais. Participar de eventos, grupos de discussão e comunidades profissionais é uma maneira eficaz de ampliar conexões e se posicionar como referência em sua área.
3. Busca ativa de vagas:
Identifique empresas globais que contratam remote workers e busque ativamente oportunidades alinhadas ao seu perfil. Dedique-se a personalizar candidaturas e mostre como suas habilidades podem contribuir para os objetivos das empresas.
Dominar essas três rotas pode ampliar consideravelmente suas chances de contratação.
O método GWorker, estruturado para preparar profissionais para o mercado global, segue três etapas:
1. Descoberta
Entenda o mercado de trabalho global e identifique como suas habilidades e experiências se alinham às demandas internacionais. O autoconhecimento é fundamental para construir um plano de carreira assertivo.
2. Construção
Crie uma narrativa profissional clara e atrativa. Isso inclui a elaboração de currículos e perfis em plataformas como LinkedIn, adaptados para mercados globais. É importante apresentar realizações e habilidades de forma objetiva e convincente.
3. Execução
Desenvolva um plano de ação. A busca ativa por oportunidades pode ser complementada por um networking estratégico, o que aumenta consideravelmente as chances de sucesso. Utilize plataformas de vagas globais e participe de comunidades relacionadas ao seu setor.
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Ser um Global Worker é atravessar fronteiras sem sair de seu país. É transformar o local em global, não apenas no trabalho, mas também nas experiências que esse modelo proporciona. Essa jornada exige preparo técnico e a habilidade de colaborar com pessoas de diferentes culturas, adaptando-se a novas formas de pensar e trazendo contribuições únicas para equipes espalhadas pelo mundo.
Embora as oportunidades no mercado global não estejam igualmente acessíveis a todos, o conceito de trabalho remoto internacional oferece um vislumbre do futuro. Ele desafia modelos tradicionais e abre caminhos para que talentos possam ser valorizados independentemente de onde estejam.
Explorar esse cenário é, antes de tudo, um exercício de enxergar o potencial humano de forma global, capaz de construir pontes e gerar transformações.